Esse é um poemeto que eu fiz, brincando,
pra comemorar o aniversário de 80 anos do meu pai,
há três anos atrás. Ultimamente, venho aprendendo com ele que os pais viram filhos, mas ao reverso, porque começam a desaprender. E precisam da nossa mão para dar os últimos passos, balbuciar as últimas palavras e ver o mundo pela última vez.
Muito bem! Exclamou o conde, ao apalpar as nádegas da condessa!
Vamos lá! Sem choro, nem vela! (como sempre disse meu pai).
(A foto é da minha irmã, Marta)
O ABEDECEDÁRIO DO OCTOGENÁRIO
Indagaram ao octogenário
Na festa de aniversário:
A chegada aos oitenta
Exige vida sedenta?
E o velhinho, cambaio,
Olhando, assim, de soslaio
Riu sua risada sem dentes
E falou, sem entrementes…
Não queira ter, aos oitenta
A força que está nos quarenta.
Nem aparência de vinte,
Quanto está mais pra pedinte.
Pros oitenta, não tem segredo,
Basta envelhecer, sem medo.
Guardadas tais proporções,
Aí vão algumas lições:
Não se esqueça do prazer
Pra você não fenecer...
O mundo é cheio de vícios
Aproveite os benefícios!
Comece devagarzinho...
Só um trago na cachaça
Pra acompanhar o vovô.
Evolua de mansinho...
Até chegar à moafa
e não dizer nem alô.
Mas atenção ao limite!
Abandone o vício aos sessenta
Só assim você chega aos oitenta.
Não se esqueça de um bom pito
Pra aliviar a tensão.
Depois do café, almoço, enfim...
Sempre que o tiver a mão.
Mas atenção ao limite!
Abandone o vício aos setenta
Só assim você chega aos oitenta.
Um bacon e um torresmo
Também não podem faltar.
Só não os coma a esmo!
Apenas no almoço e jantar.
Mas atenção ao limite!
Abandone o vício aos oitenta.
Só assim você chega aos noventa.
E enquanto tiver visão,
Mente, boca e coração,
Namore todas as moças,
Não abra qualquer exceção.
E aí não respeite limites!
Pois quem não as come aos oitenta,
Com toda imaginação,
Não fecha os cem anos não.
[Marina Procópio]
Marina, adorei a poesia dessa bem-humorada linha do tempo!!! Rir com você deixa a vida menos crisenta pra gente poder chegar nos 80! Bjo em vc, no Zeca e no "pai"!
ResponderExcluirQue bom que postou este texto Marinara! Estava curiosa e adorei, como, aliás, tudo que escreve!
ResponderExcluirAh Marinara... de tanto gostar da Cecília Meirelles queria ter uma filha com seu nome...
ResponderExcluire o seu poema do amor... que lindo! E que linda foto! Sua nuvenzinha maravilhosa!
Marina... Adorei o poema. Que percepção interessante e divertida dos anos que vão chegando. Fiquei fã. Beijos querida.
ResponderExcluirOh Eveline,
ResponderExcluirque bacana você aparecer por aqui!
O poema é a cara do meu pai.
Um abração,
Marina.