Três porquinhos irmãos...
Um livro de bordas onduladas onde a folha do meio, em que o lobo cozinhava o carneirinho, foi arrancada por uma mãe sensível, cuja filha chorava sempre que chegava naquela página...
Uma menina que adorava ouvir estórias. Mas ruminava:
Como era possível?
Pais abandonarem as próprias filhas com tão terríveis madrastas?
Príncipes nunca fazerem nada e serem sempre heróis nos finais?
E a desproporcionalidade em se entregar uma filha para ser presa em uma torre ou dormir eternamente por que... seus pais roubaram nabos da bruxa vizinha para não morrerem de fome ou esqueceram de convidar uma única fada para uma festa boba?
Qual pai seria tão influenciável que a sugestão da esposa em abandonar os filhos do seu primeiro casamento na floresta, com a justificativa de que não tinham o que comer, seria aceita?
Qual mãe mandaria a filha sozinha levar doces para a avó, sabendo que havia um lobo solto na floresta?
O velho, o menino e o burro? Coitados dos três! Haveria solução para aquela encruzilhada?
E a moura que, não bastasse ser torta, ainda foi castigada? Aliás, o que viria a ser uma moura?
Que justificativas todas tênues eram aquelas para conseqüências tão graves? E quanta condescendência com tamanhas barbaridades! Ninguém fazia nada?
Cismando, a menina cresceu.
E soube que a certeza absoluta que sentia, ao ouvir ou ler aquelas estórias, de que seu pai e sua mãe jamais a entregariam para uma bruxa sem lutar ou a abandonariam na floresta para morrer de fome forjou a sua grande experiência em amor incondicional.
E foi a maior razão para que tenha sido tão feliz.
Juquinha, lindo o texto, lindas as fotos!!! Pena que eu não estava lá... Dava tudo pra ver a carinha dele vendo o lobo ou o tal 'jacaré'! rsrsrs Bjinhos!
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