Dona Zezé:
Era da cor e tão trivial quanto a expressão ‘de ébano’. E muito magra. O couro duro, como o de todos que vivem ... “mais assados que assim” ... (para usar a expressão da mãe da menina).
A menina:
Sentia-se tão fundamental. Como, aliás, sentem-se todos os moços. E corria. Contra sensos comuns. Contra seus próprios medos. Contra o tempo. Da inimizade com ele, inclusive, nasceram vários níveis de importância.
O fato:
Dona Zezé lavava as roupas da menina. A menina foi morar a mil e quinhentos quilômetros de distância, para trabalhar.
O diálogo:
- Venho despedir-me da senhora. Vou para Salvador amanhã.
- Não se vá minha filha, não se vá. Quem irá tomar conta de suas roupinhas? (chorando)
O sentimento da menina:
- Roupas estão no último grau das minhas importâncias..
Porém, importâncias deixaram de ser. Ou passaram a existir.
Também elas transformaram a menina.
Passou o tempo.
A memória da menina:
Olhos apertadinhos, vivazes. De quem a amou, profundamente. E de si deu, possível e melhor: roupas lavadas. [Juliana]
Que delicadeza Juquinha! Me emocionei...
ResponderExcluirOnde quer que esteja a Dona Zezé ela vai adorar ser lembrada com tanto carinho!
Juca, que historinha mais fofa! E que jeito de contar mais gostoso!
ResponderExcluir"E eu não sabia que a minha história/
ResponderExcluirera mais bonita que a de Robson Crusoé".
Bjs.
Minha filha! Que orgulho constatar que conseguimos passar para as nossas filhas a possibilidade de encontros, de amores, acima de quaisquer diferenças! No fundo, no fundo, a ternura e o respeito. Você se esqueceu de falar da teimosia da nossa D. Zezé... da nossa querida lavadeira cor de ébano!
ResponderExcluirPelo fruto se conhece a árvore!
ResponderExcluirEis o remédio universal para nossas angustias, o SENTIMENTO.