Pretendem-se sinônimos da elegância. Ouso discordar.
Afinal, há algo além da roupa cara, sua jóia complementar e o bom perfume. Que, aliás, para ser bom precisa ser importado. Afinal, fragrâncias nacionais jamais atingem o glamour estrangeiro...
Mais que o gosto, vale a inacessibilidade.
Regras e preferências à mesa são bons exemplos. O popular (acessível), exceto se “customizado” (e mesmo assim, a depender da tendência do momento), não é “elegante” jamais.
Mas o melhor está nas palavras: negro, pobre, subdesenvolvido, prostituta transformados, pela “etiqueta”, em afro-descendente, menos favorecido, “em desenvolvimento” e “acompanhante eventual”.
Tenham dó!
Assusta o fato de que os conteúdos e as suas implicações concretas não mudam. Mas (e apenas) o leiaute sim.
Inclusive, locução e ofício do “politicamente correto” em si já são suficientemente duvidosos para concluir que o conceito para mais nada serve além de encobrir preconceitos e tentar escondê-los até dos seus próprios perpetuadores, assim, dissimulados de “elegantes”.
Acontece que elegância e ética não são concepções dissonantes, mas complementares. Ser elegante é não jogar lixo na rua. É não parar em fila dupla e respeitar as regras de trânsito. É ser educado com todos aqueles que ocupam escalas hierárquicas superiores e inferiores (sobretudo) do seu ambiente de trabalho. É parar o seu caríssimo carro para uma mãe, com o bebê no colo, atravessar a rua, na faixa de pedestre, cuja preferência é sua.
Aos elegantes demais para seguir regras de convivência – que nada mais são do que tratar também aos “deselegantes” com respeito e educação: este princípio simples supera a elegância daqueles que tanto admiram a limpeza das praças européias, mas não catam o cocô que o seu cachorro faz na calçada da frente da sua própria casa.
[Juliana]
Quanta perspicácia minha cara! E, perspicaz, em seu sentido mais aureliano: "que tem agudeza de espírito; sagaz, inteligente"! Para mim é um orgulho fazer parte do dito popular "Dize-me com quem andas, que te direi quem és". Sim, sou um retalho, e com muita honra! J.
ResponderExcluirQuerida irmã, depois de muito escutar das outras irmãs (Flá e Paula) comecei a prestar atenção em mim mesma no trânsito e vi que sou totalmente deselegante neste quisito... estou mudando... respiro fundo pelo menos umas cinco ou seis vezes ao dia quando preciso andar de carro... e percebi como somos mal educados!! Em compensação trato tão maravilhosamente meus pacientes e alunos, sempre com um sorriso estampado! Então, por que não tranferir isso para todas as áreas de nossas vidas? Amo você, Pati
ResponderExcluirMamãe Juju, outro dia mesmo fui buscar nosso Gordinho na escola e quanta gente desrespeitando o transito... Excelente sinal de deselegância e egoísmo... Ser elegante é se colocar no lugar do proximo, e tratá-lo da forma como gostaríamos de ser tratados!
ResponderExcluirViva a educação e a simpatia!!
Beijos rosas! Nega