PICASSO |
Quarta-feira, 25 de agosto, manhã... Preparo-me para assistir a um ciclo de palestras, tarefa obrigatória para aqueles que ocupam certa função no local onde trabalho.
Sentada no auditório, mal consigo conter meu “entusiasmo”. Engraçado como as coisas perdem a graça quando são transformadas em obrigação. Os temas escolhidos são interessantes, percebe-se que houve uma preocupação da equipe organizadora em tornar o encontro proveitoso, mas, mesmo assim, continuo “entusiasmada”.
Primeiro palestrante. Tempo arrastando. Final da apresentação. Tramo comigo mesma: “E se eu escapar? Há muitos espectadores, ninguém dará pela minha ausência!” Francesamente, dirijo-me para a porta. “Espere, volte aqui!” Sou agarrada por uma colega de trabalho que também cumpre sua tarefa de ouvinte. “Nada de ir embora. Preciso de apoio. Ficaremos até o final!” Não tenho mesmo saída.
Segundo palestrante. Prevejo outro debate “entusiasmado”. Início da apresentação: “...Clóvis de Barros, titular da cadeira de Ética – USP...” Currículo extenso, títulos no Brasil e exterior. Penso “entusiasmada” comigo: “Que bom para ele!” E, após dez minutos de exposição, grata surpresa, estou completamente encantada por aquele homem. Frases certeiras, humor aguçado, vocabulário e cultura admiráveis. E tudo isso em um sujeito simples, cujo maior orgulho é seu título de Professor.
Platéia arrebatada, Professor Clóvis segue envolvendo e divertindo. Solidão, escolhas, satisfações, medos, realizações, angústias, enfim, situações cotidianas da vida, muitas vezes deixadas de lado, são trazidas à discussão de maneira única.
“A vida que vale a pena” vai sendo discutida e desvendada. Resumo rasteiro: cabe apenas a nós decidir como viver, assumindo riscos, sonhos, medos e esperanças. Descobrir nosso lugar de encaixe na engrenagem de um mundo cada vez mais veloz e chegar ao ponto máximo de fazer a vida valer por ela mesma. Simples assim. A vida que vale a pena é a que se vive plena, completa e satisfatoriamente. Viver a vida que vale a pena para nós mesmos e não a que valha a pena para os outros.
Quinta-feira, 26 de agosto, noite... Quatro retalhos juntos em mais um encontro. Conversa fácil, riso livre, confidências, desabafos. Contentamento puro. Insight! Minha vida valendo por ela mesma! Sorrio e faço um brinde ao Professor! [J.]
Lamaitinha, nossos encontros são tão bons que nem exigem antes a pena, não precisamos fazer nenhum esforço pra eles serem ótimos. Agora, pra mim, o que vale a pena mesmo (e eu sei que aí tem pena) é ver minha telegráfica amiga escrevendo!
ResponderExcluirComo você se diverte heim!
ResponderExcluirE o que eu não faço por vocês?
J.
Jotinha, também sinto que a vida perto de vcs vale muito, mas muito, mas muito mais! Se me perguntarem não vou saber dizer por quê, não vou saber dar exemplo, mas a nossa amizade vale por si, nem mais nem menos, como as coisas verdadeiramente boas da vida. São mesmo presenças de "puro contentamento", como vc disse tão bem!
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