terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LAR, DOCE LAR.


O que dizer de Minas Novas? Pra não criar falsas expectativas nem pra melhor nem pra pior, poucos adjetivos. Uma cidade super pequenininha (1 rua principal e cerca de 4 pra cada lado), com uma quantidade de habitantes que perde pra muitos bairros de BH (8.000). Enfim, uma cidade super tranquila!



E também muito aconchegante! Fica no alto de uma colina, com vista pras chapadas dos arredores, e tem algumas igrejinhas e casarões históricos (a cidade surgiu no sec. XVIII, quando, além dos diamantes em Diamantina, os bandeirantes descobriram ouro por essas bandas - daí o nome "Minas Novas"). Bradam os minasnovenses que seu principal prédio histórico, o famoso "Sobradão", de 4 andares, foi o primeiro arranha-céu do Brasil. Aposto que você não sabia dessa!

Marcelo Oliveira, Minas Novas, 1991

Mas, pra mim, o principal patrimônio ou riqueza da cidade é sem dúvida o seu povo, uma gente extremamente alegre, hospitaleira, humilde, artista e festeira. O resto vale ver com os próprios olhos.

Uma das melhores coisas da história: descobri que, na casa que alugamos, uma das árvores que nos faria companhia seria a “mangueira”, de que eu tanto falava antes da nossa ida. A  outra seria a de "cajá-manga", importada diretamente do Nordeste. Depois de uma pequena limpeza e reforminha, o quintal ficou iluminado mas com sombras refrescantes, equipado com uma rede e uma ducha pra aplacar o calor do verão, além de uma pequena hortinha pros meus temperos. Por dentro, a casa é fresca, ampla (muito, mas muito maior que o Cubículo, que agora saiu de cena pro nosso humilde “Casarão”, que é como o estamos chamando), prática de limpar e tem um quarto de visitas que já está equipado com 1 cama de casal e 4 de solteiro, que compramos pensando especialmente nas visitas! Chegaram também os ventiladores e algumas telinhas de janela estratégicas pra contenção dos insetos.

Agora sim anuncio, com todo orgulho, que o Casarão está pronto e ansioso pra receber todos aqueles que quiserem conhecer essas Minas Novas!

[Poly Jeha]

VIDA NOVA, MINAS NOVAS


Como te disse, escrevo já da minha nova cidade: Minas Novas! Conto rapidamente como eu e Bê viemos parar aqui. Num domingo de outubro, a viagem aos sertões começou pela BR-040-sentido Brasília, passando por Sete Lagoas. 1 hora de estrada bem movimentada, mas toda duplicada e reformada (ainda visito o Museu Guimarães Rosa em Cordisburgo!). Depois, viramos a direita em direção a Curvelo. Pistas duplas só nas subidas, mas sinalização e asfalto novinhos. Depois de Curvelo, curvas e a subida à Serra do Espinhaço, uma paisagem única de vegetação baixa, salpicada de montanhas arredondadas de pura pedra e pequenos montes de pedras recortadas. Após exatamente 3:30 de viagem, chegamos à cidade dos diamantes e de Chica da Silva.
 

No dia seguinte cedinho, após a saída de Diamantina e a descida da serra, veio nos receber o Rio Jequitinhonha, de uma singela formosura, começando o seu trajeto pelo Alto Vale. Algumas pequenas subidas e entramos numa vastidão de chapadas verdes, com retões e mais retões povoados unicamente por eucaliptos. Numa das estradinhas de terra diagonais ao asfalto, um escolar amarelo levantava poeira vermelha com a floresta de eucaliptos ao fundo. Mais retas, depois curvinhas e Turmalina (a “Jóia do Vale”, segundo os turmalinenses). Mais um bocadinho de curvas e Minas Novas, pra nossa nova vida.

 [Poly Jeha]

ANO NOVO, VIDA NOVA

Este ano começo no blog agradecendo, em meu nome e nos das demais retalinhas, a companhia de todos vocês, nossos queridos leitores. Aos que apenas nos leram, aos que também nos deixaram comentários ou viraram nossos seguidores e aos que nos incentivaram de qualquer outra forma a continuar compartilhando os retalhos dessa vida, o nosso sincero “muito obrigado”!



Árvore do cerrado - Parque Nacional Grande Sertão Veredas - MG


Pois é. "Ano novo, vida nova". Quantas vezes nas viradas de ano repetimos automáticos essas palavras sem deixarmos que elas ecoem realmente em nós? E quanto não perdemos porque não nos entregamos de corpo, alma e espírito a esse eco? Temo que a maior e melhor das oportunidades perdidas seja a de renascer pra própria vida.

Felizmente (muito feliz mesmo!), digo que não comecei este novo ano com o peso das oportunidades perdidas ou sob as amarras de um planejamento de vida fixo ou imóvel. Comecei ainda mais leve que de costume e em estado de puro agradecimento: agradecendo sinceramente a Deus, a mim mesma, ao Bê e aos que nos incentivaram por todas as mudanças que temos buscado e que nos tem sido permitidas.

Graças a uma primeira grande mudança, cujas sementes surgiram nos anos de 2006-2008 e para as quais eu venho preparando terreno desde 2009-2010, eu hoje escrevo. E estou falando de histórias. Não fossem essas sementinhas da literatura, eu estaria somente na escrita jurídica e acadêmica e não teria este blog, presente que me dei a oito mãos, com a ajuda das minhas três amigas retalinhas, no primeiro semestre do ano passado.

Sem falar que, no fim do ano passado, eu e Bê fizemos uma outra mudança: mudamos também de cidade. Mais do que isso: iniciamos, com muito orgulho e entusiasmo, pelo menos pelos próximos 10 anos de nossas vidas, uma verdadeira epopéia pelos caminhos destas Minas Gerais. Como toda epopéia, essa também tem seus heróis e heroínas, suas chegadas e partidas, suas aventuras, suas comédias e tragédias, seus dilemas e encruzilhadas. E eu posso te garantir que, já nesses primeiros meses, o que não faltaram foram boas histórias.

De tanto pensar em como a distância de BH não tem me permitido contar ao vivo, a cores e em detalhes, do jeitinho que eu queria, todas essas experiências fantásticas, acabei chegando à ideia de colocá-las no blog! Nada melhor que o blog pra me ajudar nessa tarefa de contar o que tenho visto, ouvido, sentido e pensado nessa nova fase da vida, de contar sobre todas essas mudanças que estão me acontecendo. Assim é que, de uma certa maneira, todos os meus próximos textos terão a ver com essa jornada. Contarão as transformações sofridas por esta protagonista ao longo do caminho e também os lugares por que ela passa, seus personagens e toda a imensa riqueza que eles trazem.

Nessas minhas "viagens", será um enorme prazer ter a sua companhia!

                                                                [Poly Jeha]